“Apontei a arma, mas ela não disparou…”
Tenebroso e macabro… assim era o mundo interior do jovem Luís que, com apenas 17 anos, decidiu pegar na arma do pai, apontar à própria cabeça e disparar
“Desde os 6 anos que sofria com pesadelos e desejava matar aqueles que odiava, pois, não aguentava a dor de ser humilhado pelos colegas e professores. Para além disso, os meus pais passavam as noites a discutir e, durante o dia, o meu pai bebia e a minha mãe descarregava as suas dores físicas e emocionais em mim. Na altura, era um rapaz religioso, mas deixei de acreditar, pois, tudo o que fazia só piorava. Entretanto, fui a bruxos com a minha mãe e até de lá fui expulso, pois diziam que eu não era boa pessoa e que a minha mente era muito perigosa”.
ÓDIO
“Entretanto, os pesadelos foram aumentando, assim como o ódio que, constantemente, me consumia. Este sentimento foi evoluindo para sonhos macabros, visões, audições e, muitas vezes, dava por mim a falar sozinho. Passava as minhas férias escolares na escuridão, a ouvir heavy metal. Nada do que vivia conseguia falar com os meus pais ou família, pois, tinha medo de que me considerassem louco. No auge do meu tormento, aos 17 anos, decidi agarrar na arma do meu pai e tirar a própria vida, pois já não aguentava mais aquele vazio. Quando decidi apontar uma arma à minha cabeça, esta não disparou. Mas, quando a virei para o chão e tentei outra vez, disparou. Na altura, não entendi e apontei-a novamente à minha cabeça, mas a minha mão travou. Nesse momento, a minha irmã veio e tirou-me a arma. Tudo aquilo fez-me questionar o porquê de não ter morrido”.
PAI E AMIGO
“Até que, um dia, ouvi um homem falar sobre umas palavras proferidas por Jesus: ‘Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei’ (Mateus 11.28). Depois, ouvi uma senhora a contar que tinha encontrado Deus, sido curada e estava muito feliz. Vi as lágrimas de alegria correrem pelo seu rosto e decidi, ali mesmo, entregar a minha vida a Deus. Perguntei-Lhe se Ele existia mesmo e se tiraria o vazio do meu coração. Nesse momento, Deus respondeu-me, dando-me paz, abraçando-me e dizendo-me: ‘Eu amo-te! Fui Eu que, naquele dia, te tirei da morte e te trouxe até aqui’. Só posso dizer que descobri que existe um Pai, um Amigo e um Deus que me fez um novo homem! Hoje, sei o que é viver, ter paz, dar amor, ter uma família, amigos…”
Luís Bernardino
Fonte: Eu era assim