Quem não se lembra de quando, em criança, à medida que arrancava uma pétala de um malmequer, se questionar se o seu amor era ou não correspondido?
Tudo começou com um inocente jogo de crianças, mas que muitos adultos continuam a “jogar”. Contudo, inocência à parte, no jogo dos adultos, o nome é outro, chama-se de Breadcrumbing que, traduzido à letra, significa “oferecer migalhas”. E todos sabemos o que isso significa quando aplicado à área sentimental. É o que se chama quando damos a atenção suficiente a alguém, só para o(a) manter interessado(a), mas sem a intenção de assumir qualquer tipo de compromisso.
O ENGANO
É entre a esperança e o desespero que muitas das vítimas vivem, segundo a reportagem da CNN. Pois, na vacilação do potencial parceiro(a), a divisão interior é constante. É por isso que para quem é alvo deste comportamento se trata de uma experiência extremamente dolorosa e até traumática. O Breadcrumbing é, na realidade, uma forma de manipulação que, sendo ou não intencional, leva a que a outra pessoa acredite estar a construir uma ligação genuína que, sucessivamente, cai por terra.
COMO SABER?
Embora possa acontecer em contexto familiar ou até no local de trabalho, é em situações românticas que se torna mais comum. Longas mensagens de texto, poemas, elogios, flirts… a pessoa pode até revelar-se muito atenciosa, mas, de repente, toda essa atenção diminui ou vai-se revelando intermitente. É quando a vítima expressa a sua insatisfação ou desejo de prosseguir com a vida que o(a) “enganador(a)” se mostra subitamente interessado(a), sempre com o intuito de manter a vítima presa.
IMPACTO EMOCIONAL:
Confusão, angústia, ansiedade, tristeza, solidão… o impacto emocional do Breadcrumbing é muito grande e o mais grave é que pode levar a pessoa a contentar-se com restos de atenção e a diminuir as suas expetativas em relação aos relacionamentos. E, assim, a frustração no campo amoroso vai-se sucedendo, acabando por se tornar um círculo vicioso.
Quando Laura decidiu perdoar, tudo mudou!
Muitas vezes, as dificuldades que manifestamos em nos relacionarmos com o outro começam na infância… para Laura, isso era evidente
Foi na infância, fase da vida em que o seu sofrimento teve início, que os pais de Laura se separaram, devido a uma traição. “Fui desenvolvendo uma carência e, depois, tornando-me cada vez mais revoltada”, relembra. A sua revolta era tanta que, ainda criança, chegou a desenvolver mágoa de uma tia. “Fui tendo muito ódio dela, queria que ela morresse…”, hoje confessa.
FRUSTRAÇÃO NO AMOR
Como os nossos complexos e traumas acabam por se refletir nas diferentes áreas da nossa vida, a desilusão amorosa para Laura era constante. “Tive muitos relacionamentos fracassados… eu era muito ciumenta, possessiva, orgulhosa, nervosa. Como se não bastasse, estava sempre endividada, pois tudo o que via tinha de comprar, era muito descontrolada”, conta. A relação com a sua mãe também não era das melhores, assumindo que chegava a sentir raiva dela. “Eu não gostava de mim! Era complexada, achava-me muito feia e via defeitos em tudo. Por esse motivo, tinha muita vontade de fazer cirurgias para ficar bonita”, relembra.
PORQUÊ PERDOAR?
“Ao ouvir a Palavra, decidi perdoar…”, afirma Laura que foi desta forma que se foi libertando dos maus sentimentos que alimentava. “Aprendi a construir uma relação com a minha mãe e hoje somos amigas! Casei novamente e a nossa união é muito abençoada, graças a Deus. Consegui livrar-me das dívidas e hoje não tenho mais aquela compulsão por compras. Deus ensinou-me a valorizar-me e amar-me do jeito que sou, sem precisar de tratamentos ou cirurgias”, conclui feliz, ao lado do seu marido Vítor.
Laura e Vítor
Fonte: Eu era assim
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