Os casos de violência gratuita que, anteriormente, pareciam apenas acontecer no resto do mundo, agora, também marcam o quotidiano dos portugueses

Parece que a velha e famosa expressão “olho por olho, dente por dente” que, na antiguidade, servia como base para a justiça, ou seja, o castigo deveria ser aplicado na mesma medida do dano causado, voltou a ser a medida utilizada pelo ser humano na forma de tratamento do seu próximo. Se, hoje em dia, imperam o nervosismo, a ansiedade, a impaciência, a raiva e o ódio na sociedade moderna, o que poderemos nós esperar do dia de amanhã?

VIOLÊNCIA

Seja no trânsito, no trabalho, em locais públicos e até mesmo em casa, a realidade é que o ritmo stressante e frustrante do quotidiano e as exigências constantes com que somos bombardeados levam-nos a perder o controlo e a explodir com tudo e com todos, por vezes, com consequências desastrosas e até mortais.
Recentemente, a morte de um jovem homem às mãos de um agente da polícia, cujas causas ainda estão a ser alvo de averiguações, causou distúrbios não só no bairro onde ocorreu, mas que, rapidamente, alastraram, nos dias seguintes, aos bairros circundantes e, por fim, ao resto da Grande Lisboa e arredores. Autocarros públicos e viaturas privadas incendiados, caixotes queimados, pedras atiradas, insultos gritados contra as forças policiais, o Governo… enfim, uma escalada de violência que acaba por levantar questões ainda mais profundas e fraturantes numa sociedade em que ainda há quem pense que o racismo e a discriminação são coisas do passado.

EMPATIA

Numa época em que o amor ao próximo esfriou e a impaciência reina, há que aprender manter o controlo e a usar a inteligência, não deixando as nossas emoções levarem a melhor. É um caminho difícil a percorrer, mas, cuja bússola deverá ser a Palavra de Deus, a qual nos guiará e nos ajudará a permanecer indiferentes perante as provocações alheias.

Fonte: Folha de Portugal

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