Mãe e filha em risco de vida

Depois de ouvir dos médicos que não poderia engravidar e de sofrer um aborto, Conceição ainda teve de enfrentar o nascimento prematuro da sua filha, retirando força da sua fé para sacrificar e assim salvar a sua bebé

“O meu sonho era ter mais um filho, mas, após fazer exames médicos, a médica disse-me que tinha um problemas na tiróide e dois miomas. Por isso, não poderia engravidar, visto o risco de o bebé vir com deficiência ser muito grande e eu ter de abortar.

Mas eu não aceitei aquele diagnóstico e fiz votos e propósitos com Deus e, em dois meses, fiquei curada. Engravidei, mas, às oito semanas, perdi o bebé, sem qualquer explicação médica. Não  aceitei aquela situação e parti para o Altar na Fogueira Santa de Israel em busca da realização do meu sonho.

Engravidei novamente e, às nove semanas, tive um deslocamento da placenta. Estive seis semanas sem me poder levantar, pois o risco de abortar era muito grande. Às 25 semanas, a médica disse-me que a bebé estava com problemas de desenvolvimento e que o risco de vir com deficiência era muito grande, mas eu recusei-me a aceitar aquelas palavras.

Às 27 semanas, fui internada de urgência no hospital de urgência, com pré-eclampsia severa, que colocava em risco a minha vida e a da bebé. Então, os médicos decidiram fazer uma cesariana de urgência. A bebé nasceu com 28 semanas e 800 gramas, mas apanhou logo uma infecção e precisou de duas transfusões de sangue. Na altura, não havia quaisquer expetativas, pois ela era uma bebé pequena e com problemas de desenvolvimento. Mas eu tinha dentro de mim a certeza de que o Altar não traz desgosto!

Estive 76 dias internada, tive alta e, finalmente, fui para casa. Dias depois de ter saído do hospital, fomos a uma consulta de vigilância de oftalmologia e a médica disse-nos que a bebé corria um risco muito grande de ficar cega mesmo com cirurgia. Recusei-me a aceitar aquelas palavras e hoje tenho uma bebé perfeita e com saúde, pois Deus curou-a dos olhos, ficando sem nenhumas sequelas. O sacrifício no Altar deu-me o gosto de abraçar uma filha perfeita!”

Conceição Pinto
Fonte: Folha de Portugal, edição Nº755