No meio da guerra, tudo é deixado para trás!

Tudo aquilo que consideramos como adquirido na nossa vida, deixa de fazer sentido quando um conflito armado começa. Nesse momento, tudo é abandonado em busca da sobrevivência, mas somente a fé nos poderá sustentar

Foi na madrugada de 24 de fevereiro de 2022 que a Rússia iniciou a sua operação militar para invadir a Ucrânia, tendo o presidente russo, Vladimir Putin, ordenado aos soldados ucranianos que depusessem as armas. Logo em seguida, começaram os ataques com mísseis e as explosões em Kiev, Kharkiv e noutras localidades ucranianas.

Mais de um ano após o início do conflito armado, milhões de ucranianos fugiram do seu país rumo às nações vizinhas e para milhares a vida como a conheciam chegou ao fim.

AJUDA AO PRÓXIMO

Muitas organizações humanitárias têm prestado auxílio tanto aos refugiados de guerra, como também aqueles que ainda resistem em território ucraniano. Entre essas organizações encontra-se a Universal, a qual tem apoiado não só com alimentos, roupa e agasalhos, mas sobretudo com uma mensagem de conforto, fé e esperança aos sobreviventes deste conflito armado.

Trabalho esse que foi, recentemente, reconhecido pela presidente da Moldávia, Maia Sandu, numa carta de agradecimento por todo o apoio prestado pela Universal aos refugiados de guerra e a todos aqueles que ainda permanecem na Ucrânia: “Obrigado pelo importante trabalho que vocês têm feito nos últimos meses para fornecer apoio aos refugiados da Ucrânia, depois que o seu país foi engolido pela guerra. Eu aprecio a dedicação com que vocês doaram os seus recursos, tempo e energia para ajudar essas pessoas, a maioria das quais mulheres, crianças e idosos, que se mudaram de casa contra a sua vontade. Vocês, por generosidade, cuidado e abertura, ofereceram aos refugiados um abrigo acolhedor e caloroso na Moldávia, um porto seguro no nosso país. Mostramos assim que somos um país pequeno, mas com um grande coração. A generosidade dos voluntários moldavos tornou-se conhecida e apreciada, com razão, em todo o mundo.

A mobilização exemplar e a capacidade organizativa que demonstraram durante este período, juntamente com outros concidadãos nossos, dão-me esperança. Acredito firmemente que juntos podemos mudar o nosso país para melhor, podemos construir aqui uma sociedade livre, pacífica e próspera, um lugar acolhedor e caloroso, um cantinho do céu, onde você quer morar e construir o seu futuro. Agradeço do fundo do meu coração!”

“A Igreja tem sido vista como um refúgio”

O pastor Tiago Casagrande e a sua esposa, Ana Claúdia, têm presenciado o efeito devastador da guerra na Ucrânia e contado com o apoio de inúmeros voluntários para ajudar os mais sofridos e necessitados

Folha de Portugal (FP): Que mudanças observou na Igreja após o início da guerra?

Temos visto muitas pessoas chegarem até nós feridas, magoadas e sensíveis diante de tudo o que tem acontecido no país. Temos recebido muitas pessoas novas, vendo assim um antes e um depois na Igreja aqui na Ucrânia. Temos dado todo o apoio para as ajudar não só a nível físico, mas sobretudo a nível espiritual, orientando e cuidando em primeiro lugar das suas almas. Temos realizado também um intenso trabalho social, perante o qual muitas pessoas se têm mostrado muito gratas, podendo nós ver o seu desejo de se entregarem e de buscarem a Deus.

FP: Qual tem sido o espírito do povo?

As pessoas têm-se entregado por completo, aprendendo e praticando a Palavra de Deus, não olhando somente para a sua dor, mas também estendendo a mão ao próximo. Pessoas que estão ativas nos grupos sociais, ajudando em tudo o que é necessário, sendo motivadas a não terem medo de continuar e fazendo aquilo que o Senhor Jesus um dia nos ensinou, levar o Evangelho a toda criatura diante de qualquer situação. A nossa maior alegria é poder levar essa mesma alegria a todas essas pessoas neste momento tão difícil.

FP: Têm chegado pessoas novas? O que as leva a procurar a Universal?

Inúmeras pessoas novas têm vindo até à Igreja e nós temos falado diariamente sobre a Palavra de Deus a cada uma delas. São muitas pessoas que nunca ouviram falar de Deus e a quem hoje temos a oportunidade de lhes falar sobre esse tesouro. Elas têm visto a Igreja como um refúgio.

FP: Como encaram o futuro do país?

Cremos que tudo coopera para o bem daqueles que fazem a vontade de Deus, por isso, temos a certeza de que muitas almas serão alcançadas. As sementes estão a ser plantadas ainda mais neste período de guerra.

Fonte: Folha de Portugal

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2024-06-20T15:48:52+01:00

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