Numa fase marcada por descobertas e desafios, a pressão dos supostos amigos online pode levar os adolescentes a tomarem péssimas decisões que colocarão a sua vida e o seu futuro em risco
Recentemente, uma minissérie da Netflix trouxe para a ordem do dia os muitos problemas sofridos e os inúmeros riscos corridos online pelos mais jovens. “Adolescência” conta a história de um rapaz de 13 anos que é acusado do homicídio de uma colega, depois de se ter visto enredado na chamada “cultura incel”. Segundo Jack Thorne, cocriador da série, a resposta ao crescimento da masculinidade tóxica entre os adolescentes terá de estar ligada ao acesso mais restrito às redes sociais e ao uso de telemóveis. Em declarações à BBC News, Thorne revelou que se deparou com publicações extremamente perturbadoras e que é urgente tomar medidas para prevenir que este tipo de comportamentos se expanda ainda mais. “Se tenho 13 anos e me sinto sozinho e isolado e repugnante… Estas ideias [“cultura incel”] pareceriam a resposta à minha dor”, alertou o mesmo.
INCEL
Este termo surgiu da junção da expressão involuntary celibate (celibato involuntário) criada com base no projeto de uma jovem estudante canadiana em 1997, mas, que, com o passar dos anos, foi abreviada para incel e ganhou conotações completamente opostas à ideia inicial. De uma comunidade inclusiva criada para apoiar jovens socialmente marginalizados ou com problemas de saúde mental, transformou-se nos anos 2000 num grupo masculino que culpa o sexo feminino pelos seus problemas. Em diversos fóruns, difundiu-se uma versão extrema de machismo, autocomiseração pela virgindade, misoginia, objetificação das mulheres e cultura da violação, a que se aliaram ainda ideias de determinismo biológico, niilismo, encorajamento de suicídio, racismo, antissemitismo, violência para com as mulheres e pessoas sexualmente ativas e, em casos extremos, apologia de terrorismo e homicídios em massa.
ALERTA
O debate mundial sobre os perigos escondidos nas redes sociais para crianças e jovens, tal como é demonstrado na série da Netflix, levou a PSP a lançar um alerta para pais e educadores, “Sabe que um emoji pode ter vários significados?”. Na publicação, a PSP explica o significado oculto de alguns emojis que estão a ser utlizados pelos jovens e alerta para os perigos dos mesmos: “Especialmente quando estes símbolos são usados no âmbito de conversas de cariz sexual ou relacionadas com o consumo/tráfico de drogas”.
GROOMING (um processo de manipulação que se inicia com uma abordagem não sexual a fim de ganhar a confiança da vítima, de forma a incentivá-la a partilhar conteúdos íntimos ou até a marcar um encontro presencial)
🍆🌭🍌🌽: uma beringela, um cachorro quente, uma banana ou uma maçaroca são os símbolos utilizados para falar sobre o órgão sexual masculino.
🌷🌮🍣🐱: por seu lado, o feminino é representado por uma flor, um taco, uma peça de sushi ou um gato.
DROGA
Alguns símbolos usados para mencionar tráfico ou consumo de drogas: 🌿☘🍁🐎⛄💎🍬❤💙 – plantas, cavalos, corações de cores diferentes, diamantes, rebuçados ou bonecos de neve
Fonte: Folha de Portugal
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