Quando o sofrimento está à flor da pele
O vazio e a dor constantes podem levar uma pessoa a percorrer os caminhos mais sombrios, como o da automutilação
“Era uma jovem com muitos complexos e medo do escuro. Sentia-me muito sozinha, mesmo estando sempre rodeada de amigos e familiares. A tristeza e o vazio acompanhavam-me, achando que ninguém gostava de mim.
Com 14 anos, comecei a automutilar-me, cortando os meus braços, a fim de tentar aliviar aquela tristeza e solidão que existiam dentro de mim. Logo me identifiquei com algumas pessoas que também se automutilavam, então, comecei a fazer parte de um grupo. Estava sempre com esses amigos, tentava ser aceite, vestia-me como eles, frequentava os mesmos locais e seguia as suas influências, mas, mesmo assim, sentia que não fazia parte”.
MUDANÇA
“Passado cerca de um ano, a minha família viu que a situação em que eu estava e tentaram-me ajudar. Do Brasil viemos morar para Portugal, em Leiria. Com essa mudança de país e cansada da situação que estava a viver, tentei mudar algumas coisas em mim. Aos poucos, já não me via mais como aquela jovem influenciável, então, afastei-me das más influências e estava, finalmente, de coração aberto para receber Deus na minha vida, Aquele a quem, um dia, já me tinham apresentado e eu tinha desprezado”.
A 2ª FAMÍLIA
“Através do convite de alguém que trabalhava com a minha mãe, aos 17 anos, conheci a Universal. Assim que entrei na igreja, fui acompanhada, ajudaram-me a superar os complexos, a automutilação e tudo o que me fazia ser uma jovem apagada. Libertei-me e, pouco tempo depois, decidi me batizar nas águas e aí começou a minha caminhada na fé. Depois de um ano, recebi o Espírito Santo, passando a ser uma jovem cheia de vida e cor. Auxilio na Obra de Deus e faço parte do grupo Força Jovem Portugal, onde nunca me senti excluída, não me forçaram a mudar, não falaram do meu visual e sempre me receberam sem julgamentos. Sei que lá sempre terão um lugar para mim!
Tudo mudou na minha vida e é um privilégio servir a Deus na minha juventude. Não importa a sua idade, condição, etc… tudo também pode mudar na sua vida, basta crer!”
Quelri Alves
Fonte: Folha de Portugal