Você é capaz de compreender o outro?

O mundo está cada vez mais individualista. Essa tendência leva as pessoas a se preocupar mais consigo mesmas e a ignorar os problemas dos outros. E o pior: alguns indivíduos só conseguem enxergar o mundo a partir de seus próprios pontos de vista. Qual é a consequência disso? Mais intolerância com colegas de trabalho, parentes, desconhecidos e até mesmo com o cônjuge.

Quem não é capaz de compreender as dificuldades do outro costuma ser mais rígido e intolerante com as diferenças. Aos poucos, essa postura leva ao distanciamento e a conflitos e dificulta os relacionamentos profissionais, familiares e amorosos. Ao extremo, esse comportamento pode até significar o fim de um casamento ou uma violência física.

Mas será que é possível reverter a onda de individualismo e desenvolver relações mais saudáveis? Para a psicóloga e coach Isabela Cotian (foto a dir.), a resposta é sim. E isso pode ser feito com a prática de se colocar no lugar do outro, ou seja, exercitando a empatia. “Hoje, a empatia é um dos componentes mais importantes na convivência familiar e também nas organizações. Se eu me coloco no lugar do outro, eu vou tratá-lo com respeito, escutá-lo e entender suas intenções. É um esforço para estabelecer e preservar uma relação”, afirma.

Entretanto, ter empatia não significa concordar com tudo que o outro diz. “Em alguns momentos, a opinião do outro será completamente diferente da sua. Entretanto, se você bater de frente e agir por impulso, vai gerar conflito. É importante saber que existem outros modos de ver a questão e manter o diálogo”, diz.

O psicólogo Roberto Debski explica que a dificuldade de compreender o outro pode ser reflexo de experiências da infância. “Se a pessoa não conheceu o diferente quando era criança, ela cresce com essa dificuldade de aceitação e acredita que só a opinião dela é boa.”

Ele alerta que muitos levam esse modelo para a vida amorosa, o que pode gerar problemas. “Em um relacionamento, cada um é responsável por 50% das coisas que acontecem. Enquanto a pessoa não aprender isso, ela vai continuar achando que o outro é errado e apenas ela está certa. Para mudar, é preciso ter disponibilidade para aprender e construir a relação juntos”, aconselha Debski.

Luiz Paulo Machado, master coach e diretor da Febracis Brasília e Goiânia, sugere três passos para quem deseja desenvolver a empatia: tomar consciência da situação, decidir mudar e traçar um plano de ações. “A primeira etapa é ter conhecimento de que as pessoas são diferentes e se comunicam de forma diferente. Mais do que fazer ao outro o que você gostaria que fizessem a você, existe outro princípio mais profundo: faça ao outro aquilo que ele gostaria que fizessem a ele”, ensina.

Para aqueles que desejam mudar, ele dá um conselho: não adianta esperar uma atitude do outro. Dar o primeiro passo pode ser o caminho para grandes transformações. “Quando a pessoa assume a responsabilidade dela dentro de uma relação e decide mudar, ela consegue trazer mais qualidade para o ambiente em que está e isso gera novas mudanças. Faça o que você puder sem ficar cobrando a outra pessoa”, indica.

Cara feia e brigas

Alguns relacionamentos costumam ser marcados por gritos e cara feia. O problema vai além da falta de empatia. Afinal, por que algumas pessoas partem para o ataque? Segundo Isabela Cotian, o comportamento inadequado pode esconder um pedido de ajuda. “Esse comportamento pode significar uma solicitação não atendida. Alguns adultos ainda são imaturos em seus comportamentos e não conseguem expressar-se com clareza, então eles gritam para chamar a atenção para uma frustração, por exemplo”, explica.

Nesses casos, a psicóloga alerta que o ideal é usar a empatia para tentar entender os sentimentos do outro antes de devolver a grosseria na mesma moeda. “É importante se perguntar como foi o dia dessa pessoa, o que aconteceu no trabalho, os sentimentos envolvidos”, sugere. Assim, fica mais fácil abordar a questão e evitar cobranças e brigas.

DESENVOLVA A EMPATIA

Veja algumas dicas dos especialistas ouvidos na reportagem

*Conhecimento: procure entender seus próprios comportamentos e sentimentos. Tente compreender também a personalidade das outras pessoas, suas dificuldades, o modo como elas se comunicam e o que valorizam.

*Disponibilidade: adote uma postura aberta e observe se seu desejo de mudar é verdadeiro. Se ficar na zona de conforto, não conseguirá uma transformação verdadeira.

*Ação: exercite a mudança em pequenas ações do dia a dia. Substitua julgamentos, brigas e gritos por diálogo. Identifique suas atitudes nocivas e procure mudar o padrão. Procure compreender as necessidades do outro e aprenda a perdoar.

Fonte: Universal

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2018-06-19T09:13:14+01:00
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